Monday, September 25, 2006

Dissertaçao "Em boca calada nao entra mosca"


Para a APFN (Associação Portuguesa de Famílias Numerosas), as declarações do ministro revelam "cegueira e falta de senso", uma vez que o aumento do número de abortos vai reduzir "a dramática taxa de natalidade" em Portugal, "financiando o gigantesco negócio das clínicas abortivas" através de dinheiros públicos.

Quando finalmente volta a haver abertura de um governo para um referendo que acabe com a hipocrisia, vem esta gente (e outras virão!) reclamar... MAs o que é que eles não percebem!?!?

1. As mulheres que querem, ou precisam, de facto de abortar, fá-lo-ão na mesma. A questão aqui não é entre fazer ou não um aborto. São as condições que as mulheres portuguesas têm a seu alcance para o fazer... O que vai a referendo é a decisão entre atirar estas mulheres para clínicas clandestinas, onde as condições deploráveis põe em risco, muitas vezes, a vida das mesmas e onde, ainda por cima, pagam o triplo do que pagariam se a prática estivesse legalizada; ou então optarem por tomar comprimidos para doenças que não têm (como o famoso medicmento para as úlceras) que, caso o aborto não seja bem sucedido, promovoca mal-formações permanentes no feto; ou então obriga-as a ir a Espanha, esfregar na cara de nuestros hermanos como somos um país atrasado, faltando ao trabalho e pagando ainda a viagem, isto claro, se a grávida tiver a sorte de ter mais de 18 anos....

2. Há ainda o cenário pior que é o nascimento de uma criança indesejada que ou acaba numa instituição de adopção à nascença (e sabemos como funciona a dopção em Portugal...); ou é mal tratada pelos pais que não se achavam em condições de ter a criança, mas que se viram sem opção...

3. Não me parece sequer que haja sequer uma redução da taxa de natalidade deste país, porque, como disse anteriormente quem precisa mesmo de fazer um aborto já o faz. Para combater a redução da taxa da natalidade, a solução não é a penalização do aborto, mas antes incentivos (p.e.em termos de escalão de IRS...) às famílias que decidam ter mais filhos do que a média (que, penso, é actualmente de 1,5 por casal...). Porque falam falam mas a responsabilidade da sustentação da segurança social no futuro não pode estar apenas nos casais. Não se pode pedir aos jovens que estão em idade de reprodução que abdiquem da sua qualidade de vida para que, no futuro, haja quem lhes pague a reforma que já devia estar assegurada pelos anos que trabalharam. Porque mais filhoe são muito mais despesas, menos tempo para eles porque se tem que trabalhar mais para pagar essas despesas e, portanto, o tal abandono dos pais aos filhos que os psicólogos e professores tanto criticam.

4. Quanto ao financiamento das clínicas com dinheiro públicos, para que servem os impostos afinal? O que é um sistema nacional de saúde? Se as famílias numerosas têm direito a que paguemos todos pelos 4 ou 5 filhos que têm de ter acesso ao SNS e à educação (que têm e acho muito bem, e ainda deviam ter incentivos...) então as pessoas que decidem que o aborto é a única solução que lhes resta também o têm! Porque não me lixem... não há mulher no mundo que queira fazer um aborto por capricho. O aborto é traumático e pode ter sequelas, por isso essas tretas de que as mulheres, tendo o aborto como opção, se desleixariam com os contraceptivos não cola.

5. E finalmente, a despenalização do aborto pretente ainda acabar com a marginalização das mulheres que, por terem incorrido na sua prática, sejam julgadas como criminosas quando o único crime é serem responsáveis e terem tal noção das suas limitações (financeiras, de idade...) que renegam o instinto básico de perpetuação dos seus genes...

Resta-nos esperar que, desta vez, o referendo não calhe em fim de semana prolongado ou em dia de sol para que haja a afluência às urnas capaz de acabar com esta hipocrisia que já estragou a vida de tantas mulheres.
Hasta la victória!
c

6 comments:

Paula said...

Associação de Famílias Numerosas? Jesus!!!!

Anonymous said...

well? Estou de volta...afinal isto até tem andado movimentado...Tou a ler nos posts antigos que andas com o mesmo estado de espirito que eu.Isto deve ser uma crise do 2/3 ano de trabalho.Tb a procura de mudança/objectivos? Quanto a associação de familias numerosas? Só o nome diz tudo.Devia mudar para Associação das familias hipocritas e retrogadas!Andei a ver as women on waves e parece que mesmo só nós e os polacos é que somos tacanhos! A restante europa ocidental e a favor da despenalização! Porque é que andamos sempre atrasados!Tou desapontado com os bloquistas, andavam sempre as turras com a despenalização, mas parece que agora a arrumaram na gaveta! Bem lá vamos ter que esperar...

pest

olivia said...

hey pest!
welcome back...

Anonymous said...

Jesus santo cristo do céu aki a merda mais a merda da história do aborto..fodasse ser proibido é a maior estupides da historia!
Quem ker fazer faz(la fora/ca dentro e em condiçoes de merda), quem nao ker nao faz!
simples so me surge uma questão há uns anitos havia quem dissese ke o aborto sendo livre ke virava moda, meus senhores ke estupidez alguem aborto por da ca akela palha!!!fonix vese mesmo ke a politica é mundo de homens, se perguntasem a alguma mulher se ia abortar com essa facilidade toda, ja ir ao gine ja é constrangedor qt mais ir abortar na boa.
Senhores o meu conselho É:
FODASSE USEM A TOLA POR FAVOR!!! ~
mr.wolf

Leididi said...

Mai nada pá!!Cambada de quadrados horrorosos!!Liberdade ou morteeeeeee

pat said...

mr wolf, fodasse é com tracinho. foda-se.
aprendemos dd o final dos 80, com a sida. que é preciso traços e barreiras no foder.
mas claro que, na ausência delas, não há como ter o voto último de liberdade e livre arbitrio, o aborto.
era só isto.