Αθήνα part II

Assim se escreve Atenas em grego... E é no meio desta língua morta mas ainda não enterrada que ando todos os dias!! O H lê-se i, o B é v, o V é n... enfim. Faz lembrar os ingleses que ainda conduzem pela esquerda e ainda não adoptaram os muitíssimo-mais práticos sistemas decimais para medir coisas.

Este sábado mudei-me. A minha base vai ser Atenas até 19 de Janeiro. Venderam-me que seria apenas até ao Natal, marcaram vôo de regresso a 23 de Dezembro e tudo, por isso achei estranho quando levantei o bilhete no aeroporto e não me deram o regresso. Dão-me lá pensei. Pois cá chegada me disseram que ainda não sabem se me podem pagar o vôo para Portugal no Natal dado que cá tenho que ficar até ao fim da promoção... espertalhões, agora já cá estou pronto, tenho que comer o que me servirem. Vou-me chorar um bocadinho... a ver.

A Mariana foi boa companheira (como sempre, de resto) e mesmo sabendo que isto é feio e fedorento como rabo de bebé cheio de cocó espalmado deu-se ao trabalho de mudar as férias e tudo e gastar montes de pasta para me vir cá trazer. Bem hajas amiga, que assim o choque é menor... Sim, choque é a palavra certa. Perceberão porquê em alguns parágrafos (os mais curiosos podem saltar logo para O SOFÁ MAIS DESCONFORTÁVEL DO MUNDO... Mas depois voltem atrás hein, que prometo que vai valer a pena...).

A CONFIRMAÇÃO
Não querendo que me contradissesse, a TAP continuou a demostrar a sua incompetência atrasando o vôo para Roma 01h30. E como sequer podiam alegar atrasos em cadeia porque o vôo era às 10oo da matina, alegaram avarias técnicas. Até se deram ao trabalho de mudar de um 320 para um 319 para que as avarias não passassem despercebidas. Ia havendo peixeirada no avião porque o menino do acolhimento veio atrás do autocarro chamando Teriani e Maria Fernandes (e, perpicazes como somos, percebemos que nos chamavam a nós) para nos mudar de lugares porque o avião tinha sido mudado e pôs-nos separadas. Arrepiadas as hospedeiras mega-tias tiveram que pedir a compreensão a um Sr que não falava nenhuma das línguas do reportório delas (i.e. PT, EN, FR) para que nos cedesse o lugar dele. Fomos juntas e dormimos a viagem quase toda!
Chegámos a Roma às 14 e tal e como tínhamos que fazer check-in até às 1830 (não no-lo podiam fazer logo... claro!) só deu para ir ao centro tirar uma foto no Coliseu, no Bolo da Noiva, comer uma tosta de Mozzarella e tomate ensopada numa birra piccola. Mesmo não tendo podido gratificar as minhas pupilas gustativas com o prometido melhor-gelatto-di-mondo, valeu cada minutito. O Coliseu em cenário de trovoada e chuva molha-tolos é dos deuses!
Seguimos rumo a Atenas num vôo com trovoda por baixo (Hc, tens razão, é brutal!) e algum abanico, mas nada de mais. Ajudou a digerir a tosta!

A CHEGADA OU O OH-MY-GOD que raio de hostel é este??
A última semana em Lisboa foi uma correria dos diabos. Tive que trabalhar até às 20oo de 5ª, mesmo embarcando Sábado. Porque, como ter ficado doente com uma faringite-pneumoníaca na primeira semana em Portugal foi, obviamente, uma escolha minha, acharam que já tinha gozado o descanso que me era devido. E com papéis para tratar, mil beijos para dar e receber ao meu bonitão, almoços e jantares com mamma e manas, estúdio e tal foi impo marcar pousada para dormir a primeira noite. É que nossa casa só seria nossa a partir de domingo e a Sara, a Italiana, ia neste fim de semana para Mikonos. Aphrodite, o nome hostel que pedi à mamma e a Leilita para marcar. Chegámos à 01 e tal, estouradas. O quarto era um lixo de 38€ (pequeno-almoço não incluído!!) a noite mas serviu o propósito e deixaram-nos guardar lá as malas até às 22 e tal de Domingo, o que permitiu mais uma mini-excursão a Aegina.
Chegámos à ilha à hora de almoço, alugámos uma scooter (mais uma peixeirada porque o tipo do rent-a-scooter queria levar-nos 20€ pelo dia quando a tinha alugado por 12€ com o Marcos. Saiu-se com o argumento é porque são miúdas... o que ele foi dizer!! Alugámos por 12€!) passeámos freedom sem capacete, mergulhámos em Perdika, novamente, comemos polvinho grelhado e salada grega, novamente e voltámos novamente para Atenas, novamente de pazes feitas com a Grécia!

O SOFÁ MAIS DESCONFORTÁVEL DO MUNDO
Domingo à noite mudámos para a minha nova residência, numa transversal com a Adrianou, a rua das compras do bairro turístico de Atenas, a um cigarro de distância de Monasteraki, onde apanho o metro para vir trabalhar. Not bad. A casa custa o dobro da minha em Lisboa e tem metade do tamanho e o sofá mais patético que já vi na minha vida: o encosto é de madeira, sem almofadas, o sítio-onde-o-fofo-descansa está partido, provavelmente devido a algum over-sized tourist a quem a senhoria tenha alugado a casa (ao que parece alugava-a à semana). A cozinha está cheia com um frigorífico desmesuradamente grande, a internet e o telefone estão sempre a dois dias de distância... mas ao menos tenho uma cama king size super confortável. No fundo no fundo é isso que interessa! E da janela do meu quarto vejo a Acrópole, não vá eu esquecer-me que estou em Atenas!
Segunda tive o dia para me acomodar. Desfiz as malas que a Leila me ajudou a reduzir e por isso foi rápido. Depois fomos pilhar o Grand Bretagne, o hotel mais delux daqui do sítio (deve custar para cima de 70€!! eheheh), passear no jardim ao lado do parlamento, ver o estádio Olímpico de 1896, os primeiros JO da era moderna, vimos o templo de Zeus no meio das árvores e fomos dormir uma sestinha. Refeitas, resolvemos descobrir o funicular que nos levaria ao topo do monte mais alto de Atenas, aquele que não me deixava ver a Acrópole do President Hotel. Deve ser um mito urbano. Subimos por um lado da montanha, alta como a porra, a pé e nada. Descemos pelo outro lado da dita, também a pé. Funicular, nem vê-lo, mas que vem no mapa vem!... A vista é a possível, afinal no sopé da montanha não deixa de ser Atenas e o seu look Beirutiano. Chegámos a casa estouradas. Além da subida viémos a carregar compras desde Kolonaki (mais ou menos 20 minutos a pé porque Monasteraki é tão turístico tão turístico que não tem supermercado!). Fizémos uma janta, simples mas boa e aterrámos no sofá-mais-desconfortável-do-mundo a ver um filme hollywoodesco (o único programa em Inglês!) em que o Ben e a Uma - os bonzinhos- tinham que fugir numa mota BMW dos mauzões
, em grandes banheiras americanas para salvar o mundo. A Sara, a Italiana, a minha flat-mate, resolveu aproveitar o tempo de aparranço para lavar a roupa. Como a máquina não ligava, chamou a senhoria (vive na casa ao lado, o que é muitíssimo conveniente para nós e incómodo para ela!) para o fazer.

Agora choquem-se: a casa de banho não tem tomada de parede e a ficha da máquina náo chegava ao corredor. Solução: uma extensão, tripla, no chão da casa de banho. A parede não tem buraco para tubo de drenar a água da máquinha. Solução: deixa-o solto no chão. Ora, pensava eu ser do conhecimento geral que água+electricidade não se dão lá muito bem, diz que chocam. Afinal se calhar não é geral, porque a senhoria at+e diz ser arquitecta e tudo. Resultado, não morremos electrocutadas porque não tivémos vontade de fazer xixi ou algo mais naquela horita e pior... não vimos o fim do filme, porque o quadro foi a baixo. Mais trágico, nem sequer sabemos o nome do filme, que aparecia depois de cada intrevalo, mas em grego. :P Mas ao menos já posso dizer que vi alguém pegar numa tripla e dela sair água a jorros... CRAZY!

Já temos electricidade outra vez, mas a ficha da máquina continua no chão e tubo para dentro da banheira. Vou ter que me chatear com a senhoria, está visto!

TENHO UM GABINETE ou o regresso a Gerakas...
Na 3ª, em vindo trabalhar, não tinha cá a rapariga responsável pelo meu projecto, que ainda estava de férias, não tinha computador nem internet... Ameacei abandonar o "posto" para apenas voltar com uma chamada de está tudo operacional e resolveram tudo. Às 17oo. Mais vale tarde que nunca?? I disagree...

E ontem à noite realizei que já estou mais perto dos 30 que dos 20. Era das mais velhas da festa Erasmus a que fomos, em Exarhia. Valeu o litro de Heineken. Festa de erasmus sem bobex... :P CRAZY... E hoje cá estou.

Devia estar a trabalhar?? Será por ventura culpa minha que só seja indispensável com1 semana de atraso em relação ao que me tinha sido dito inicialmente e que a internet em casa demore eternamente 2 dias??? Estou farta de traduções...