Monday, April 21, 2008

quando não há nada para dizer, inventa-se!

Hoje, num autocarro relativamente vazio, levantei-me para dar lugar a uma senhora que nem sequer era bem velhota. Ia muito bem, num dos lugares da frente, quando senti o meu lado esquerdo a gelar... era o vento gélido do olhar da mulher que nem sequer era bem velhota, censurando-me porque apanhei o autocarro 2 paragens antes e por isso ia sentada. Apesar de, provavelmente, a minha viagem e o meu dia irem ser mais longos e cansativos que o da senhora que nem sequer era bem velhota, preferi ceder o lugar a gelar de inveja.
E lá fui, de Entrecampos à Rua Braancamp, em pé, com mochila do ginásio, saco de marmita e mala às costas, phones nos ouvidos e as últimas páginas de As Intermitências da Morte, de Saramago, no olhar.

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